“Joker: Loucura a Dois”, sequela de “Joker” (2019) e também realizado por Todd Philips, chega agora às salas e apresenta-se como uma sequela direta, que se debruça nas ações da personagem principal, Arthur Fleck, e no florescimento de um romance com Lee Quinzel, também internada no asilo psiquiátrico de Arkham.
O filme acaba por apenas focar em Joker como segunda personalidade de Arthur Fleck, sendo este o responsável pelos crimes violentos, cometidos no primeiro filme, resultado dos traumas da infância. O filme segue depois para uma tentativa de moralização dos crimes cometidos pela personagem e, logo a seguir, a desculpabilização dos mesmos, sustentando-os na sua “dupla personalidade”. Tudo isto, introduzindo num “drama” de tribunal totalmente disfuncional, que no final em nada contribui para a história.
O filme, que tenta tratar com profundidade estes temas, falha completamente, debruçando-se sobre eles de forma muito rasa, o que não compensa as suas duas horas e meia de duração. Para além de não respeitar a complexidade destes temas, deixa de parte todos os pequenos detalhes que gravitam em torno deste enredo, sufocando o pouco que resta. Existe claro uma ambição de tentar explorar um romance entre Joker e Harley, mas fica apenas pela ambição, pois nem as sequências musicais (a novidade deste filme), das quais não poderiamos deixar de falar, alimentam este romance, tornando-se apenas uma espécie de prova das capacidades técnicas que o filme nos apresenta, quer de direção de arte, fotografia, ou da própria voz de Lady Gaga.Os momentos musicais não acrescentam nada à história e podiam ser facilmente evitados, ou substituídos por diálogos, são apenas sequências bonitas.
“Joker: Loucura a Dois” apresenta-se um filme-sequencia desnecessário, que não deselvolve o que “Joker”, em 2019, nos ofereceu.
Critíca por:Guilherme Paiva