Duas produções portuguesas em Veneza

Em 2022, com o seu últi­mo fil­me, “Lobo e Cão”, Cláu­dia Vare­jão con­quis­tou o pré­mio de melhor fil­me da Gior­na­te degli Auto­ri. Dois anos depois regres­sa a Fes­ti­val Inter­na­ci­o­nal de Cine­ma de Vene­za com “Kora”, uma cur­ta-metra­gem pro­du­zi­da pela Ter­ra­tre­me, que tra­ça o per­fil de vári­as mulhe­res refu­gi­a­das a viver em Por­tu­gal. Em comum entre si, tra­zem o pas­sa­do no cor­po e nas pala­vras, bem como aque­les que amam impres­sos em retra­tos. A par­tir des­sas memó­ri­as, ace­de­mos ao olhar ínti­mo e polí­ti­co de quem recons­trói o (seu) pre­sen­te.
O fil­me vai-se desen­ro­lan­do, nar­ra­ti­va e for­mal­men­te, atra­vés de um coro de vozes e ges­tos des­te gru­po: Inna da Ucrâ­nia, Nori­na do Afe­ga­nis­tão, Zoh­ra do Sudão, Mar­ga­ri­ta da Rús­sia e Lana da Síria. De acor­do com sinop­se, em “Kora”, os retra­tos não têm tem­po, nem naci­o­na­li­da­de. Não são retra­tos de mor­te, nem de vida. São presença e ausência. Olham-nos e são olha­dos. Per­ten­cem a um lugar de encon­tro entre toda a huma­ni­da­de.
Na sele­ção […]

fon­te: Duas pro­du­ções por­tu­gue­sas em Veneza