Cinema influenciado pelo contemporâneo e experimental

IMG 4136A segun­da Mas­ter­Ses­si­on pro­mo­vi­da pela XXIV edi­ção do fes­ti­val Cami­nhos do Cine­ma Por­tu­guês deba­teu “Novas Pro­pos­tas For­mais no Cine­ma Con­tem­po­râ­neo”. Arran­cou com algu­mas his­tó­ri­as par­ti­lha­das pelos ora­do­res sobre o esta­do do cine­ma por­tu­guês e alguns dos pro­ble­mas que lhe estão asso­ci­a­dos. Esta ses­são tomou lugar na Sala do Car­vão, dia 28, pelas 18h.

O deba­te con­tou com os inter­ve­ni­en­tes Ale­xan­dre Oli­vei­ra, pro­du­tor que tra­ba­lha no ramo do cine­ma há mais de 20 anos, Ana Isa­bel Soa­res, pro­fes­so­ra na Uni­ver­si­da­de do Algar­ve, e Faus­to Cru­chi­nho Perei­ra, Dou­tor em Estu­dos Artís­ti­cos com a área de espe­ci­a­li­za­ção em Estu­dos Fíl­mi­cos e da Ima­gem. O mode­ra­dor da mesa foi Sér­gio Dias Bran­co, pro­fes­sor auxi­li­ar de Estu­dos Fíl­mi­cos da Uni­ver­si­da­de de Coimbra.

Ape­sar de terem his­tó­ri­as dife­ren­tes para con­tar sobre como vêem o cine­ma, a opi­nião geral foi de que o cine­ma está em deca­dên­cia. Ale­xan­dre Oli­vei­ra des­cre­ve a épo­ca em que vive­mos como “tem­pos mui­to espe­ci­ais no cine­ma”. Afir­ma que “esta­mos peran­te uma era em que a velo­ci­da­de do conhe­ci­men­to exi­ge que todos sai­bam tudo”. Aler­ta para a neces­si­da­de de o com­ba­ter. “O que inte­res­sa é como con­tar as his­tó­ri­as”, acrescenta. 

A ques­tão da tec­no­lo­gia foi abor­da­da, pois con­si­de­ram ser um exem­plo da deca­dên­cia da arte do cine­ma con­tem­po­râ­neo. Faus­to Perei­ra expõe a tec­no­lo­gia 3D e como esta colo­ca a séti­ma arte num novo pata­mar – “a natu­ra­li­za­ção do cine­ma” – que faz com que o públi­co se ques­ti­o­ne acer­ca de qual a dimen­são em que deve acre­di­tar. Numa outra pers­pe­ti­va, Ale­xan­dre Oli­vei­ra abor­da a Net­flix como sen­do uma ino­va­ção que “des­mo­ti­va as pes­so­as a ir ao cinema”.

Um outro assun­to deba­ti­do foi o con­cei­to do espe­ta­dor expe­ri­men­tal. Ana Isa­bel Soa­res estre­ou este tópi­co defen­den­do que o espe­ta­dor expe­ri­men­tal é “alguém que está cien­te que vai ver cine­ma por esco­lha, por­que fez essa sele­ção”. É defen­di­da a ideia do espe­ta­dor cons­ci­en­te, que é cien­te de si, de modo a estar cien­te das suas esco­lhas. A pro­fes­so­ra argu­men­ta ain­da que a este tipo de espe­ta­dor “não lhe é impos­to a esco­lha por pres­são soci­al ou pelo mul­ti­mé­dia”. Reve­la que “o espe­ta­dor tem capa­ci­da­de de esco­lha, que o faz che­gar a uma cer­ta for­ma de liber­da­de”. Já Ale­xan­dre Oli­vei­ra vê o espe­ta­dor expe­ri­men­tal como “alguém que está dis­po­ní­vel a sacri­fi­car-se ludi­ca­men­te”, alguém que está dis­po­ní­vel para ver novas for­mas de conteúdo.

Dia 30 de novem­bro, ter­mi­nam as Mas­ter­Ses­si­ons do fes­ti­val Cami­nhos do Cine­ma Por­tu­guês. Às 18H, na Sala do Car­vão dis­cu­te-se o tema de “O valor de uma mar­ca do/no Cine­ma Por­tu­guês” com as par­ti­ci­pa­ções de Edson Athay­de, Jor­ge Peli­ca­no e Luís Fili­pe Menezes.

Júlia Ber­tas­so­ni

Sai­ba mais na seguin­te liga­ção: Cine­ma influ­en­ci­a­do pelo con­tem­po­râ­neo e expe­ri­men­tal.