De 4 de Abril a 13 de Junho, o Centro de Estudos Cinematográficos irá exibir, às quintas-feiras às 22:00, um ciclo de cinema intitulado ‘TEMORES’, cuja linha convergente será a catarse do espectador através do sentimento do medo. Um género de homenagem às primeiras experiências cinematográficas, lembremo-nos que o cinema foi criado não para criar apatia em quem o observa, mas para criar uma mudança na sua psique, seja ela de que índole for.
Desenrolando-se em nove países diferentes, o espectador viajará internacionalmente dentro do Mini-Auditório Salgado Zenha, no edifício da AAC, que será, durante estas quintas-feiras, a capital internacional do terror. A entrada é livre.
A nossa jornada começa em Portugal com a curta ‘Feliz Aniversário’ de Jorge Cramez, que nos ensina que ninguém escolhe o mal por ser o mal, apenas o confunde com a felicidade. Seguindo-se daquele que é considerado o primeiro grande filme de terror português, ‘Coisa Ruim’ (2006) de Tiago Guedes e Frederico Serra, que no contexto de uma pequena aldeia explora possessões, superstições, receios e todo um complexo de medos.
Dia 11 de Abril avançamos para Espanha com o filme [REC] (2007) de por Jaume Balagueró e Paco Plaza. Onde uma repórter de televisão que decide fazer um programa nocturno sobre bombeiros, presencia mais do que aquilo que desejaria.
Dia 18 de Abril visitamos Áustria com ‘Brincadeiras Perigosas’ (1997) de Michael Haneke. Aquilo que começa com cordialidade, depressa se torna numa estranho jogo de perversão, violência e humilhação.
Dia 25 de Abril levamos o espectador à Suécia com ‘Deixa-me entrar’ (2008) de Thomas Alfredson. Baseado num conto clássico sueco, vem revolucionar as convencionais histórias de vampiros que conhecemos, mostrando-nos agora um ser sexualmente mutilado, frágil e de apenas 12 anos.
Dia 16 de Maio, voltamos com o nosso ciclo e às Filipinas com o agressivo ‘Kinatay’ (2009) de Brillante Mendonza. O dinheiro é fulcral, mas a todo o custo? Estamos dispostos a fazer todo o tipo de trabalhos? Um filme violento, cru e sem cuidado com susceptibilidades.
Dia 23 de Maio, é a vez do cinema Tailandês brilhar em ‘Shutter’ (2004) de Banjong Pisanthanakun e Parkpoom Wongpoom. Este é o filme que nos faz ver a lente de uma câmara com outro ar: assombroso, misterioso e fantasmagórico. Afinal onde residirá a origem do sobrenatural: à nossa volta ou dentro de nós?
Dia 30 de Maio viajamos até ao Japão com Ringu (1998) de Hideo Nakata. Um vídeo amaldiçoado partilhado junto de uma camada jovem, juntamente com um ímpeto misterioso de o assistir e uma curta duração de viver.
Dia 6 de Junho assistimos a ‘Duas irmãs’ (2003) da Coreia do Sul, por Jee-woon Kim. A estadia num hospital psiquiátrico de duas jovens irmãs e o seu regresso a casa muda inevitavelmente qualquer família. Mas será que se tratam realmente de maleitas psiquiátricas, ou tratar-se‑á de algo espiritual a perturbar a paz destas irmãs?
Encerramos a 20 de junho o nosso ciclo com um clássico. ‘Shining’ (1980) de Stanley Kubrik. Uma família isolada uma temporada num hotel, longe de tudo e de todos. Um misto de loucura, mistério, sobrenatural. Tudo começa a alterar de tom, quando Danny, o filho de Jack, com o seu dom (shining) começa a conseguir aceder a memórias macabras passadas daquele hotel, que despertarão naquela família, principalmente em Jack, reacções recônditas, inesperadas e assassinas.
‘Temores’ é assim um ciclo único, a derradeira jornada internacional que faltava a todo o espectador. Do interessado em cinema internacional, ao apaixonado em cinema de terror, ao cinéfilo, ao mero curioso ou mesmo aquele que tem saudades de ver bom cinema.